Desde há muitos anos que a nossa Escola Secundária vai rebentando pelas costuras. Atrever-me-ia a dizer que talvez desde que foi iniciada a actividade nos idos de 1983 quando, por via de uma apressada inauguração, o segundo pavilhão de aulas se ficou pelas infraestruturas. E, logo nos anos subsequentes, começou a luta por um alargamento do espaço destinado a salas de aula, tendo sido transformadas para esse efeito algumas das que, no projecto, se antevia virem a ter funções bem diferentes. Eram tempos em que o número de alunos ainda aumentava de ano para ano. Tempos em que mesmo com turmas enormes a falta de espaço para os ensinar se sentia com uma acuidade enorme. Época em que os horários dos alunos e dos professores eram elaborados sem o recurso às novas tecnologias, sendo exigido à equipa que habitualmente os produzia um esforço suplementar que obrigava a trabalho aturado de dez a doze horas por dia durante cerca de duas a três semanas. Só assim era possívem "encaixar" toda a gente durante os cinco dias da semana.
Ainda houve quem pensasse que com a abertura da Júlio do Carvalhal, entretanto aumentada com um novo pavilhão mas amputada das salas do antigo colégio (para onde teriam ido?) se poria cobro a este eterno problema. A verdade é que nem assim se pôde respirar de alívio. Com cada vez mais cursos no secundário a pecha ia-se mantendo.
Finalmente, os de Lisboa decidiram abrir os cordões à bolsa e avbançaram com a construção do tão ansiado pavilhão de aulas. Claro que, para não fugir à regra, como as outras obras do Estado, também esta não foi entregue dentro dos prazos estipulados. Nem outra coisa seria de esperar. Resta saber, ainda, se houve ou não derrapagem financeira, o que também já é costumeiro. Pelos vistos o Estado não só é pessoa de bem como é bondoso e ingénuo e, como as nossas empresas da construção civil estão seguras disso vai de fartar vilanagem.
Mas o que mais me fez trazer aqui o assunto deste novo espaço escolar de que a nossa cidade e o concelho passaram a poder usufruir, desta feita, tem a ver com um assunto que não se prende exactamente com a sua função. Com efeito, vivendo nós numa zona geográfica com um clima que, nesta época do inverno, obriga ao aquecimento dos locais de trabalho, sobretudo se neles labutam crianças e jovens, como é o caso, facilmente concluímos pela necessidade da instalação de uma rede de aquecimento nos edifícios.O mais fácil, sabêmo-lo, é, se existir algum modelo em uso, torná-lo extensivo ao novo equipamento ou adaptá-lo. Quanto mais barato melhor. Quanto menos trabalho para o construtor melhor. O que é preciso é que funcione. E isso foi conseguido com alguma facilidade, uma vez que ali mesmo à mão estava o tanque do gás que servia a cozinha.
Ora, quando me apercebi da situação, fiquei tremendamente surpreendido. E porquê? Mas então não estamos numa época em que se defende tenazmente a preservação do ambiente? Não andamos nós a estimular os nosso alunos para a necessidade de saberem que um desenvolvimento sustentável passa, obrigatoriamente, pela preservação do ambiente? E não anda este governa de fachada socialista, nomeadamente o primeiro ministro, a publicitar as formas de energia alternativas e não poluentes? Ou será que eu ouço mal? Ou viverei noutro mundo?
Mas então o ministério da educação não teve aqui a verdadeira oportunidade de experimentar exactamente uma das formas de energia não poluentes? Ou não quis que Valpaços pudesse vir a ser indicada como o exemplo a seguir? Onde estão, afinal os pensadores deste ministério? Ah! eles nem sequer sabem onde fica esta longínqua povoação. A geografia deles restringe-se à capital. E é pena que não se tivessem lembrado que aqui, apesar do frio de inverno, temos imensas horas de sol, com um verão quentíssimo onde, como muito bem se compreende, deveriam dar o exemplo de como se pode e deve investir na energia solar ou fotovoltaica. Todos tínhamos a ganhar.
Só mais um desabafo: a ministra teria querido vir inaugurar o pavilhão novo; mas parece que só o faria se fosse convidada para o efeito e, por isso, ficou lá pelo sul. Nós também não precisamos cá de quem não nos acarinha. Estamos bem assim.
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