A Praça da República já foi o verdadeiro centro de Valpaços, tendo perdido essa designação desde que o comércio a foi abandonando, uma vez que o progresso também aqui vai chegando, ainda que muito lentamente e, por via disso, foram-se criando outras centralidades que, como se sabe, têm a ver sobretudo com o sector financeiro (os bancos) e com o aparecimento de novos cafés que as também novas construções acabaram por perfilhar.
Todavia, esta Praça da República continua a ter uma importância enorme se tivermos em conta que constitui o centro histórico por excelência da cidade de Valpaços e é aí que, apesar de todos os atropelos à arquitectura que aqui emergia, continuamos a poder observar as marcas da construção que nos legaram os nossos antepassados, nomeadamente, os que aqui quiseram construir as suas residências, das quais me merece, desta feita, uma referência especial essa prédio em granito que se situa no lado Norte da bela Igreja Matriz, sobretudo por manter essas águas furtadas abalaustradas que nos deliciam o olhar e nos suscitam uma forte crítica àqueles que, detendo o poder autárquico, têm permitido ataques soezes a alguns dos edifícios que circundam esta zona da cidade.
E se já se deixou destruir uma parte importante desse património com restaurações de, no mínimo, muito mau gosto, aqui fica o meu apêlo aos proprietários de edifícios com valor arquitectónico para que não provoquem intervenções de requalificação como tantas que podemos observar por aí. Mas, este apêlo dirige-se sobretudo a quem de direito para que, de uma vez por todas, seja elaborado um plano que obrigue a que os projectos de requalifacação de edifícios desta área sejam objecto de elaboração de arquitectos e sejam aprovados somente se se verificar a manutenção da traça original, única forma de Valpaços poder manter e mostrar a quem nos visita uma belíssima parte da sua história.
O Padre João Vaz de Amorim, um flaviense de Vilela do Tâmega que dedicou uma boa parte da sua vida à descoberta da história de muitas das aldeias dos concelhos de Chaves e Valpaços, diz que, em 1943, havia um conjunto de doze fogos nesta pequena aldeia a que deram o nome de Cachão, talvez por se situar bem próxima da confluência do rio Calvo com o Rio Rabaçal que, de inverno, corre bem cheio fluindo as suas águas a velocidades alucinantes e levando tudo pela frente.
Pois bem, este pequeno povoado, pertença da freguesia de Poçacos, ali a escassos três quilómetros, no início da década de noventa do século passado já era habitado somente por dois irmãos que, para continuarem a sobreviver, tiverão, então, que o abandonar e rumar até aos Poçacos onde, apesar de tudo, poderiam conseguir uma melhor qualidade de vida. É curioso que a SIC fez, nessa época, uma reportagem sobre a aldeia e, naturalmente, um dos protagonistas é exactamente um desses resistentes.
De facto, a partir daí, o Cachão transformou-se em mais uma das aldeias do concelho de Valpaços a perder toda a sua população dando, desta forma, mais um grande contributo para o tão propalado como indesejável despovoamento do concelho e, de forma mais lata, da Trás-os- Montes.
O Cachão foi habitado por várias famílias ds quais merecem referência especial a dos Ribeiros, que se disseminou sobretudo por Valverde, Poçacos, Vimioso e Lisboa, sendo figura destacada um dos seus filhos, o Coronel Ribeiro. A família Esteves, cujo chefe era conhecido por Badeo, não tendo, porventura, a mesma importância dos Ribeiros, viva porta com porta e dedicou-se à actividade prestamista, tendo conseguido um notável património sobretudo na então vila de Valpaços. Dela resultou um filho muito conhecido por ter concluído o curso de medicina e se ter radicado em Chaves, onde exerceu o seu mister com muita eficácia. Trata-se, como facilmente se recordarão, do saudoso Dr. Espirito Santo Esteves.
Voltarei ao Cachão noutra oportunidade.
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